"A Música Cria Emoções em Nós (...)"
O objectivo estava mentalmente traçado: pedir a opinião dos jurados da 3ª edição d’ “Os Ídolos” sobre a sua aptidão musical.
Dos quase 20 mil candidatos, a verdade é que Filipe Pinto, natural de S. Mamede Infesta (Matosinhos), foi considerado o melhor, arrecadando inúmeros elogios, acabando mesmo por vencer o programa.
A preocupação em concluir o curso de Engenharia Florestal (pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) quase o impediu de abraçar o desafio, mas o gosto pela música falou mais alto e deixou para mais tarde os encargos académicos.
Foto cedida por: Filipe Pinto (Página Oficial Facebook)
X!Z- Sabemos que a música tem sido presença assídua na tua vida. Em pequeno cantavas os êxitos dos “Mamonas Assassinas” e actualmente tens evoluído como cantor e compositor.
Seguires a carreira musical sempre foi um sonho?
F.P.- De uma forma inconsciente, a música trouxe o refúgio e um ar fresco à imaginação desde cedo...Não tencionava seguir uma carreira, nem sequer pensava muito nisso...
X!Z- Antes da tua participação nos ídolos tiveste algum tipo de formação a nível musical?
F.P.- Muito pouco, lembro-me que estive numa escola de música aprender guitarra mas durou pouco tempo, só me interessava pela prática...
X!Z- Ficaste conhecido pela tua irreverência aquando do teu casting no programa “Ídolos”. Se tivesses optado por desistir logo ali, como era a tua ideia inicial, como achas que seria a tua vida hoje?
F.P.- Seria bastante diferente rumo ao meu percurso de Eng. Florestal, iria certamente continuar a formar-me e a fazer Erasmus/estágios, mas nunca relacionado com música.
X!Z- Como é que os teus pais reagiram quando lhes disseste que ias deixar de lado por uns tempos o curso para participares no programa?
F.P.- Foi muito pacífico, apoiaram-me sempre nas minhas decisões.
X!Z- De todos os momentos que viveste durante o programa, qual foi aquele que mais te marcou? Porquê?
F.P.- Foram vários...não posso restringir apenas a um, porém o momento da vitória é sempre algo de grande emotividade e felicidade!
X!Z- Uma das coisas mais notórias nas tuas actuações é a maneira como te entregas à música. O que é que sentes e em que pensas quando estás em palco?
F.P.- Difícil de explicar por palavras...A música cria emoções em nós e muitas vezes fui “provocado” positivamente por esses sons...
Foto cedida por: Filipe Pinto (Página Oficial Facebook)
X!Z- Como é que foi lidar com todo o reconhecimento público, a que antes não estavas habituado, que a vitória do “Ídolos” te trouxe?
F.P.- Aprendemos todos os dias...Fico muito feliz pela abordagem das pessoas...Acho que nos faz sentir bem o reconhecimento pelo nosso trabalho.
X!Z- Com certeza que esta experiência influenciou de alguma forma a tua maneira de ser, de estar e mesmo de cantar e interpretar. O Filipe antes do “Ídolos” é o mesmo que o Filipe de hoje? Porquê?
F.P.- Diferente, considero que amadureci como cantor, está a ser uma busca para continuar a compor canções e a fazer letras que não foi possível no programa, e por isso considero que estou mais completo agora do que no passado.
X!Z- Em Março de 2010 iniciaste uma digressão nacional: “Idolomania”. Como foi o 1º contacto directo com o público fora das paredes do estúdio do “Ídolos”?
F.P.- Começamos no Campo Pequeno em Lisboa foi um momento inesquecível,e o começo de uma nova etapa! O público foi soberbo!
X!Z- Tens alguma superstição ou “mania estranha” que tenhas de cumprir antes de entrar em palco?
F.P.- Bom normalmente costumo beber água ou comer sempre qualquer coisa, minutos antes de entrar, fruta, sopa...
X!Z- Abraçaste durante algum tempo a experiência com que o “Ídolos” te presenteou: estudar no London Music School. Como foi estar num país novo com uma cultura musical (e não só) distinta daquela a que estavas habituado? Que pontos positivos e/ou negativos retiraste deste desafio?
F.P.- Estive cerca de 10 meses em Londres e a experiência foi muito positiva, o contacto com outros músicos, a cultura acessível pela cidade, a bolsa de estudos da escola, e os contactos que também retirei...Aspecto negativo o frio que se fazia sentir nas ruas e andar muito debaixo de terra ( metro) e não aproveitar o dia no exterior.
X!Z- Dois anos passaram e em 2012 lanças o teu primeiro disco de originais “Cerne”. Antes de mais, porquê esperar tanto tempo para mostrares a tua identidade como compositor/cantor?
F.P.- Foi o tempo necessário para escrever as canções...Precisava de experiências e de novas histórias, e por isso quando regressei vinha preparado com as músicas que realmente queria, depois tive de encontrar os músicos certos e fazer a produção do disco! Correu muito bem felizmente!
X!Z- Em que é que te inspiras para compor/escrever os temas?
F.P.- Nas conversas dos outros, nas histórias, naquilo que vem nos jornais e nos livros, mas também na minha forma de ser e de observar o que me rodeia...
X!Z- Qual foi o feedback que recebeste do público relativamente a este 1º trabalho? Estavas à espera?
F.P.- Fiquei bastante feliz...O disco deu-me muito prazer em trabalhar e a receptividade ser muito boa acaba por ser “a cereja no topo do bolo”.
Foto cedida por: Filipe Pinto (Página Oficial Facebook)
X!Z- Como Engenheiro Florestal, a tua preocupação com o ambiente é visível, sendo o CD “O Planeta Limpo do Filipe Pinto” (2013), associado também a um livro e outros conteúdos didácticos, uma prova disso mesmo.
Vês na música uma forma de educar e alertar as pessoas para questões de interesse público tão relevantes como esta? Porquê?
F.P.- Claro que sim, a música fomenta a consciência das pessoas, neste caso foi o veículo que utilizei para levar as mensagens de pedagogia ambiental aos mais pequenos...Foi também uma aceitação muito positiva e que deixou a mim e a toda a equipa do Planeta Limpo muito felizes! Já contactamos mais de 30 000 crianças e a 4a edição do livro já está arrancar são tudo bons indicativos do sucesso deste projecto!
X!Z- Neste momento, como está a tua agenda? Muitos concertos previstos? Onde podemos ver-te actuar brevemente?
F.P.- Os concertos têm estado acontecer, dedico agora ao projecto Planeta Limpo que neste mês passou por Fafe (2 de Abril), Casino da Figueira da Foz (18 de Abril) e Santo Tirso (22 de Abril). Dia 24 de Abril estarei por S. Martinho do Conde.
X!Z- Estão reservadas surpresas para breve? Novo disco?
F.P.- Sim algumas boas surpresas que me deixaram muito feliz, uma delas é o facto de ir em Setembro à Filândia abrir uma cerimónia sobre ENO Tree Planting Day onde uma canção que eu compûs será o hino oficial desta associação até 2016.
X!Z- Que conselho deixas a todas as pessoas que sonham em arriscar no mundo da música, mas que por receio da rejeição e pela incerteza que é a vida artística no nosso país recalcam esse desejo?
F.P.- Bom penso que o mais importante é rodearem-se de gente que vocês admirem e respeitem e que tenham vontade de trabalhar, criar música, aprender sempre que possível e nunca mas nunca baixar os braços!
"Acordo ou deixo dormir/ O meu monstro da noite/ Era bom poder, sorrir..."
Por: Raquel Machado